terça-feira, 29 de março de 2011

Prelúdio

Sonho que se sonha só. É só um sonho que se sonha só. Sonho que se sonha junto é realidade. TOCA RAUL!
A Praia da Estação é uma das inciativas mais belas e criativas dos últimos tempos. Há anos atrás eu e alguns amigos ensaiávamos possibilidades de exploração e co-habitação do espaço público ao observar imagens como estas. Esta não é da praia da estação institucionalizada, mas de quando crianças, despretenciosas frequantavam a fonte da praça para aliviar o calor. Passado o Carnaval, quase no meio do penúltimo ano de gestão daquele que como prefeito é um "excelente administrador", se aproxima o tempo em novas discussões deve ser levantadas sobre o rumo de nossa cidade que será definido nas próximas eleições? Será que mais uma vez ficaremos expostos à ridicula situação de escolher entre o cara do "jóia", e o administrador da infeliz aliança entre tucanos e petistas? O Leonardo Quintão, fazia cara de bobo na frente da TV e dizia que TUDO, absolutamente tudo dá pra fazer. Marcio Lacerda por sua vez, se posicionava atrás de um grupo de artistas apoiadores (e bem pagos) que se antes levantavam a bandeira do candidato, hoje encontram envoltos em uma silêncio de doer, diante da situação lástimavel a qual o prefeito, dig, administrador da alinaça subjugou nossa cidade. Ou será que começaremos a discussão já, com proposta do governo, da gestão e por que não, do candidato que queremos? Seria mesmo a realização de outro grande sonho que a praia da estação começasse a se tranformar numa grande ágora, em que poderíamos conversar abertamente sobre o futuro que projetamos, e o que queremos em realidade. Eu cá com meus botões, elaboro depois de muita observação e estudo cuidadoso a possibilidade de levantar a bandeira de um partido. Mas mais que isto, levantar a bandeira da cidade que quero para mim, e para os meus!

O Contato com Basta.

Ela era moradora de uma pequena cidade grande, que junto com umas outras pequenas cidades formava uma zona. Metropolitana.Sua mãe colocara seu nome: Basta. Quando pequena, a menina Basta costumava andar pelas ruas de seu bairro livremente, observando com atenção a pequena cidade (que ainda não era grande) como quem observa um filme antigo. A trilha sonora? Não era Raul. Ela não gostava do Raul Seixas, embora se amarrasse no irmão Paulo Coelho e seus livros mirabolantes sobre a busca do EU(ro) interior. Uma vez, a mãe dela disse que eles não eram irmãos mas isso não importava para Basta. Importava apenas o que ela achava, o que podia adivinhar. Voltando. A trilha sonora eram bentevis e beijaflores! Indo também gostava de ouvir os sons (nesta época já) esquecidos da natureza. Basta cresceu assim, rodeada pelos livros mirabolantes de Coelho. Pela trilha sonora de assovios imaginários muitas vezes, e a descoberta!Muitas delas (das dês-cobertas) chegavam através de livros, outras por músicas, outras por relatos... Mas o maravilhoso mesmo para Basta era dês-cobrir, dês-nudar as coisas todas a partir da experiência. Ahhhhh Experimentar era tão maravilhoso! Todos os caminhos prontos davam a Basta muitos argumentos com os quais se indignar. Às vezes quando ela experimentava também se indignava... Mas era menos, era sempre menos.Cada vez que Basta se indignava com alguma coisa ela gritava o próprio nome bem alto. Era como se o próprio nome reverberando ao vento a trouxesse de volta para ela mesma. Como se a identidade daquele nome, daquela etiqueta, tivesse o poder de transportá-la para cima de uma égua, que também chamava Basta e que obedecia rigorosamente aos comandos que APENAS ela era capaz de comunicar! Vejamos alguns exemplos. A zona. Metropolitana. Com o tempo se transformou numa zona de batalha. A cada dia, milhares de pessoas pe(a)gavam transportes públicos e coletivos lotados, sujos e ficavam dentro deles durante cerca de duas horas ou mais, porque os administradores da cidade faziam obras. Muitas obras. Obras de cemitérios Paraguassus. Obras de meiosfiosasfaltodrenagemalargamentodeviacaptaçãoderecursosparasimesmoscrechessalaodefestasescolaspostosdesaudesuperfaturados. Ufa, eram muitas.Basta dentro dos ônibus gritava alto muito alto. Gritava Basta e as pessoas preocupadas entreolhavam-se e a julgavam louca. A Zona. Metropolitana tinha muitos outros problemas que se agravavam a cada dia. Os espaços públicos ou eram estragados, ou eram murados. Isso mesmo. O administradores cercavam as áreas públicas e falavam sobre proteção e segurança. Mas Basta não se intimidava e gritava mais alto seu nome: Basta. Entretanto alguns iguais que antes a olhavam com desprezo, começavam agora a se aproximar, e a experimentar a prática de gritar o próprio nome em busca de libertação. Foi quando numa discussão entre amigos sobre liberdade, sexo, amor e todas estas outras coisas que os amigos gostam de falar quando estão apaixonado, ou bêbados, Basta conheceu o Toca Raul. Toca Raul, nome duplo por desejo da mãe, também praticava a exclamação do nome quando buscava por liberdade. Mas praticava há algum tempo e por isto não gritava apenas quando estava indignado, mas quando se sentia feliz, ou quando queria ironizar com alguém. A prática da libertação através da busca pela própria identidade, eram em Toca Raul um exercício simples e sofisticado que muitas vezes o libertava da obrigação de ter que dizer alguma coisa. Basta se apaixonou então por Toca Raul. No dia que se beijaram pela primeira vez, Basta estava já ansiosa em timidamente oferecer gracejos à Toca Raul enquanto ele parecia mesmo não perceber. Então ela o chamou e disse: - Basta, e ele sorriu delicadamente para ela e respondeu: - Então Toca Raul! E eles se beijaram!Viveram anos em harmonia, livres, leais, solidários as suas angustias, à si mesmos, aos seus amigos, e entre eles. Basta se aprimorou, exercitou a pratica da identidade e da libertação e um dia percebeu que o relacionamento com Toca Raul havia chegado ao final. Então em outro diálogo sucinto disse: - Basta, e Toca Raul respondeu com carinho nos olhos respondendo o próprio nome. Basta se assustou. Imaginava que ao menos uma vez ele diria o nome dela. Negaria a si mesmo pelo relacionamento comum. Mas Toca Raul se levantou e foi tocando a vida...
E nós vamos atrás dele!
Vez ou outra o lembraremos em denúncias, indagações, exclamações e brindes à vida. Entrem, fiquem a vontade que a casa é de vocês. Estréia hoje, o blog semanal: Toca Raul. Por uma sociedade alternativa, livre de preconceitos e perfeições, comprometida com o semelhante e com a qualidade de vida que todos queremos.